Reuters
Dilma Rousseff fez um apelo pessoal de clemência por Marco Archer
A presidente Dilma Rousseff está "consternada e indignada" com a execução do brasileiro Marco Archer, de 53 anos, na tarde deste sábado, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, e chamará o embaixador do Brasil na Indonésia para consultas.
"A presidenta Dilma Rousseff tomou conhecimento – consternada e indignada – da execução do brasileiro Marco Archer ocorrida hoje às 15:31 horário de Brasília na Indonésia", diz o comunicado.
No documento, o Planalto destaca o pedido pessoal feito por Dilma e negado pelo presidente indonésio, Joko Widodo, de clemência a Archer "como prevê a legislação do país".
"A Presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do Chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico como na carta enviada, posteriormente, por Widodo."
A nota ainda reforça o que já havia sido dito pelo assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, de que a rejeição do pedido prejudicará as relações entre os dois países.
"O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países."

Descontentamento

BBC
Presidente Joko Widodo diz estar confiante de que relações bilaterais não serão abaladas
Encerra dizendo que a presidente "dirige uma palavra de pesar e conforto à família enlutada" e que "o Embaixador do Brasil em Jacarta está sendo chamado a Brasília para consultas."
Este tipo de medida funciona tem como objetivo mostrar o descontentamento do governo brasileiro com outro país, como ocorreu em julho do ano passado com o embaixador brasileiro em Israel por causa da morte de palestinos na Faixa de Gaza.
O Itamaraty disse não haver uma data prevista para o retorno de Soares ao Brasil.
No entanto, segundo Pinta Karana, da BBC Indonésia, o presidente Widodo não teme um impacto negativo da execução de Archer na relação com o Brasil.
"O presidente afirmou ter confiança de que isso não abalará a relação bilateral com os países que condenaram as execuções", afirma Karana.
DA BBC