Morreu na manhã desta quarta-feira Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo, em decorrência do tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado há anos. A informação foi confirmada pelo São Paulo. Ainda não há informações sobre o velório.
De acordo com o São Paulo, o dirigente estava internado há alguns dias no Hospital Sírio Libanês. Em sua conta no Twitter, o clube lamentou a perda do dirigente. "Com o mais profundo pesar, o São Paulo comunica o falecimento de seu ex-presidente e benemérito Juvenal Juvêncio".
A perda também foi lamentada pelo técnico Muricy Ramalho, que esteve com o dirigente na conquista de três títulos brasileiros pelo São Paulo.
"Uma notícia ruim, porque convivi muito tempo com ele. Um cara muito trabalhador, parceiro, sempre fala o que tem que falar diretamente, parecido com o que penso da vida. É lamentável. Tomara que Deus dê a ele um bom lugar", afirmou Muricy, em entrevista à ESPN Brasil.
Nascido na cidade de Santa Rosa do Viterbo (SP), Juvenal Juvêncio foi advogado e investigador de polícia. Na política, presidiu a antiga Cecap (atual CDHU) entre 1971 e 1975, na gestão de Laudo Natel como governador.
Em 1984, em gestão de Carlos Miguel Aidar à frente do São Paulo, Juvenal assumiu o posto de diretor de futebol, no qual ficou até 1988. No mesmo ano, em eleição polêmica, assumiu pela primeira vez a presidência da equipe. Ficou até 1990.
Entre 2003 e 2006, como vice-presidente de futebol, trabalhando como diretor de futebol na equipe que conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2005. Foi eleito presidente em 2006, reeleito em 2008 e 2011 e deixou o cargo em 2014. Para permanecer por três mandatos consecutivos no cargo, mudou o estatuto do clube, sendo acusado de 'golpista' pela oposição.
Além dos títulos, Juvenal também contribuiu para a melhora da estrutura física do São Paulo. O dirigente foi responsável pela modernização do CT de Cotia, utilizado pelas categorias de base, e pela criação do Reffis, moderno centro de reabilitação no CT da Barra Funda.
Nos últimos anos, trocou farpas constantes com dirigentes de clubes rivais – principalmente como Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Emerson Leão, ex-técnico do São Paulo, também entrou na lista de inimigos ao sugerir a renúncia de Juvêncio em 2013. Em 2014, já com a saúde debilitada, chegou a passar mal em entrevista à rede de TV Fox Sports.
Um das curiosidades sobre Juvenal é que o dirigente jamais revelou oficialmente sua idade. Fontes diversas divergem entre o ano de seu nascimento: 1932, 1933 e 1934.
Juvenal costumava manter um bom relacionamento com o elenco são-paulino e foi homenageado pelos jogadores em seu último jogo à frente do São Paulo, em 2014.
"Durante 12 anos entre diretor de futebol e presidente, foi talvez o maior presidente da história do São Paulo", disse o goleiro Rogério Ceni, em 2014. "Lógico que eu não vivi a era Laudo Natel, mas pós-geração antiga, foi uma pessoa que fez muito pelo São Paulo, pessoa empreendedora".
Por: UOL Esporte
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