Bombas de efeito moral foram utilizadas e pelo menos três jovens foram detidos
Por Gilca Cinara e Karine Amorim
Foto: Karine Amorim
Bope foi acionado para liberar a via
Atualizada às 10h15
A Polícia Militar utilizou bomba de efeito moral para dispersar o grupo de estudantes que interditou a Avenida Fernandes Lima, na manhã desta sexta-feira (27), nos dois sentidos em protesto contra a suspensão do transporte escolar e também contra o aumento da passagem de ônibus. A interdição da via causou um grande congestionamento pelo Farol, já que o horário era de muita circulação de veículos pela avenida. 
Antes do confronto, o Major J Cláudio, comandante do Batalhão de Rádiopatrulha (BPRp), havia anunciado que iria conceder o prazo de cinco minutos para os estudantes saírem da avenida para possibilitar a circulação dos veículos, mas destacou que se a ordem não fosse cumprida, a PM iria utilizar a força necessária para liberar a Fernandes Lima, como de fato ocorreu.
Diversas bombas foram jogadas por militares do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e os manifestantes reagiram jogando pedras.  Três alunos foram detidos durante a atuação dos militares. Os passageiros que estavam nos ônibus próximo ao local onde houve o confronto dos militares com os estudantes passaram mal com a fumaça das bombas. Duas adolescentes, que participavam da manifestação, não se sentiram bem e foram socorridas. Elas não tiveram os nomes divulgados.
Os alunos cobravam o retorno do transporte escolar suspenso em janeiro deste ano pelo atual governo. Os manifestantes afirmaram que com a retirada do transporte, eles não têm condições financeiras de frequentar a escola todos os dias pagando passagem do transporte público em Maceió, que sofreu um aumento recentemente.
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Isac Jackson, 9.500 alunos da rede estadual foram prejudicados com o fim do contrato de transporte escolar. “O governo cancelou o contrato de transporte escolar, que beneficiava cerca de 9.500 alunos. Mas o que será feito agora? Eles terão direito ao passe livre? A partir de quando?”, questionou a CUT, acrescentando que a rede estadual de ensino é de mais de 55 mil alunos. “O Governo cancelou o contrato de forma unilateral”, finalizou.
O ajuste na tarifa de ônibus também faz parte da reivindicação dos estudantes. A estudante Mary Vieira, de 16 anos, conta que vem gastando em média R$ 50,00 por semana somente com a passagem de ônibus para conseguir chegar à escola e que seus pais não têm condições de arcar com essa despesa. Já Quezia Kawan reforçou as palavras da amiga e disse que o transporte escolar disponibilizado pela SEE é essencial para os alunos. 
A Secretaria Estadual de Educação (SEE) suspendeu o transporte escolar após encontrar irregularidades no contrato vigente. De acordo com a pasta, a gestão passada não acompanhava quanto veículos prestavam serviço para o estado nenhum como era esse transporte era feito.  
Os estudantes já realizaram um protesto semelhante também cobrando uma posição da SEE, inclusivo com a participação dos pais.  
Prejuízos
Quem estava a caminho do trabalho teve muita dor de cabeça para conseguir sair do local onde ocorria o protesto e tentar uma alternativa. ônibus de várias linhas acabaram estacionando na Fernandes Lima já que não havia condições de se prosseguir o trajeto. Muitas pessoas continuaram a pé o caminho.
Mesmo o protesto acontecendo no Farol, outras avenidas da cidade, como a Rotary, o bairro de Bebedouro e o Barro Duro ficaram com o tráfego mais intesnso, já que agentes da SMTT orientavam os motoristas a desviarem o trecho parado. 
Protesto dos vigilantes
Além dos estudantes, os vigilantes também realizaram uma manifestação em frente ao Cepa. O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, José Cícero Ferreira, destacou que o movimento reivindica uma reunião com o governador Renan Filho para resolver a situação da categoria.
“A situação é preocupante, principalmente, porque o governo não quer diálogo. São 360 vigilantes desempregados. São trabalhadores que realizam a segurança de vários alunos de escolas estaduais que estão sem trabalho”, destacou.
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Isac Jackson, os vigilantes demitidos não tiveram garantia de emprego nem da verba de rescisão.  “O encerramento do contrato foi feito de forma unilateral, sem que os trabalhadores tivessem a garantia de emprego nem da verba de rescisão”, destacou.
FONTE CADA MINUTO
Veja o vídeo abaixo.